Fazenda Campinas abastece Região do Agreste pernambucano e empresas do sul do país que exportam para a Europa e a Ásia
Temporada de colheita está a todo vapor nos pomares da Fazenda Campinas, localizada no município de Bom Jardim, Agreste de Pernambuco. A propriedade de Mário Barbosa da Silva Filho, chamado por todo mundo de Marinho, é conhecida na região pelo mix de polpas de frutas 100% naturais, sem conservantes ou glútens. São 280 hectares para cultivo de 33 mil pés de frutas: 18 mil de graviola, 12 mil de coco, 2 mil de pitanga e 1 mil de cajá. Com previsão para 2015 de 10 mil pés de pitanga e 3 mil de cajá. Cerca de 100 funcionários desenvolvem os trabalhos entre a fruticultura e fábrica de polpa de frutas. A agroindústria de processamento beneficia outras frutas da região, como: cajá, caju, tamarindo, maracujá e acerola.
“Minha ideia era ser agricultor. Mas quando a graviola começou a produzir no ano de 2003, eu pensei em valorizar minha fruta e comecei a indústria de polpa. Já a cultura do coco surgiu da necessidade de substituir uma vaca de leite, porque o leite dá dinheiro todo dia e o coco é tirado do pé diariamente. A graviola dá dois picos de safra no ano, então, é preciso preparar uma estrutura para vendê-la o ano todo. Já o coqueiro é minha vaca leiteira”, comenta Marinho, proprietário da fazenda.
ETAPAS
Diversas etapas são realizadas durante a safra e pós-safra. Adubação, poda, polinização, prevenção, ensacamento e colheita, são alguns dos processos iniciais para comercialização de graviolas. A produção da graviola para 2013 será de 400 toneladas com previsão para 2015 de 800 a 1000 mil toneladas. Aproximadamente 120 dias após a polinização, a flor da graviola é fruto pronto para consumo. Os tratos culturais da pitanga são parecidos com os da graviola, à exceção da polinização e ensacamento, que na pitanga não existe, e a previsão para a produção é de aproximadamente 200 toneladas por ano.
O cuidado com o coco é à base de pulverização mensal e adubação a cada 42 dias.
Atualmente a fazenda produz 100 cocos por pé ao ano, em torno de 12 mil pés que geram um milhão e 200 mil cocos por ano, 70% desta produção são destinados à venda do fruto in natura, e os outros 30% vão para a produção da polpa do coco verde. Na produção do cajá é realizado uma poda após o plantio e apenas uma adubação anual. O plantio de cajá foi iniciado em 2012, sem uma safra própria.
O cajá comercializado hoje é comprado a pequenos produtores de cidades circunvizinhas, com uma produção de polpa este ano de 180 toneladas.
Marinho, o filho Mário Neto e o neto Rafael Barbosa exibem um dos principais produtos da fazenda.
A produção da Fazenda Campinas em 2013 será de 180 toneladas de cajá, 200 toneladas de pitanga e 400 toneladas de graviola, 800 mil cocos in natura e 140 toneladas de coco verde, gerando um faturamento de R$ 4 milhões. Toda esta produção é destinada ao Agreste Pernambucano e a grandes empresas do Sul do país que exportam para a Europa e a Ásia.
Para atender ao sistema de irrigação são utilizados seis poços artesianos, com capacidade para 66 mil litros por hora. A fazenda trabalha com reserva d’água e se previne dos períodos de seca.
O solo, a irrigação e os tratos culturais contribuem para uma expressiva produtividade dos coqueirais.
O sistema de irrigação é feito através de micro- aspersão, por resultar em maior eficiência e economia da água. O alto investimento é voltado ao setor de frios. Foi investido em torno de R$1,5 milhão em estrutura, como: câmaras frias, túneis de congelamento e maquinário para a fábrica. Os túneis de congelamento possuem uma capacidade para congelamento de 24 toneladas por dia e as câmaras frias têm uma capacidade de estocagem para 250 toneladas.
As polpas de frutas são congeladas em tabletes de 20 quilos, só o cajá em volume menor de 15. Mas a novidade que está em andamento, é a construção de um galpão com 1000 metros2 que terá capacidade para manipular 200 mil toneladas de frutas por ano.
Graviolândia: “Por um mundo repleto de sabor e qualidade de vida“
A polpa das frutas é empacotada em tabletes de 20kg e conservada em modernas câmaras frigoríficas.
A Região do Agreste terá parada obrigatória em 2014. O universo da graviola vai se estabelecer às margens da PE-90 no munícipio de Bom Jardim.
A Graviolândia tem como grande destaque nacional a qualidade dos produtos 100% naturais. O projeto de criação para vitrine de graviolas e frutas da região começa em novembro deste ano, com inauguração prevista para março.
O principal objetivo do empreendimento é cultivar a cultura das frutas da Fazenda Campinas e produções locais. Na única casa de suco 100% natural, os consumidores poderão encontrar picolés, sorvetes e polpas de frutas.
RETROSPECTIVA
Fazenda Campinas localizada à margem da PE-90 foi uma herança familiar herdada por Mário Barbosa da Silva Filho em 1978, após o falecimento do seu pai. Na época a propriedade produzia leite e um pouco de laranja bahia, mas o comércio estava ruim. Então, Mário resolveu investir na cana de açúcar que entrou em crise em 1986, no Plano Cruzado, plano este na concepção de Mário “o câncer da agricultura”. De 1986 a 1990, ele ficou atrás de novas oportunidades. Até começar a negociar com bovino de corte no sul da Bahia e Pernambuco, não obtendo bons resultados.
Polpas que se transformam em saborosos e nutritivos sucos são exportadas para vários países.
Em 1995 iniciou a plantação de abacaxi com 17 hectares, obtendo sucesso da colheita em 1997 com lucro triplicado do investimento. Então, aumentou a produção para 50 hectares. Em seguida recebeu proposta de exportação dos abacaxis para o Canadá. Em 1998 com pré-contrato fechado para venda de um milhão de frutos, a plantação aumentou para 100 hectares e a previsão de colheita seria para o ano de 2000. No entanto, em 1999 aconteceu uma seca muito grave na região e o agricultor perdeu os 100 hectares de produção.
Em 2000 começou a plantar coco e graviola e em 2002 iniciou a plantação de tomates. “Depois do abacaxi da minha vida, eu tinha que curar a ferida. Mas a pereba era muito grande e com pouco remédio não sarava”, explica. Por conta desta visão investiu forte na plantação de tomate. Mas o tomate também não deu certo. Após diversas tentativas, Mário finalmente encontrou na plantação de graviola e coco o remédio para cicatrizar suas feridas. Em 2003 surgiu à ideia de polpas de frutas. Com a produção da graviola e do coco ele iniciou a construção da fábrica de polpas. Ali beneficia as frutas produzidas na Fazenda Campinas e as compradas a pequenos produtores da região. Atualmente a empresa é gerenciada por Mário e seus dois filhos Mário Neto e Thiago.
“O povo pensa que quem tem terra é rico, era pra ser, mas viver dela é muito difícil. Para fazer meio de vida com terras é um risco muito grande. Chegar onde cheguei foi muito trabalhoso. Mas eu agradeço muito a Deus, a meu pai e minha mãe que eu sei que me ajudam muito lá de cima, minha família, irmão, irmãs, colaboradores e a todos os meus clientes”, finaliza Marinho.
MB COCOS
Fazenda Campinas – Rod. PE 90 Bom Jardim – PE
Central de vendas:
(81) 9719-2197 / 9489-5339
Email: mbcocos@hotmail.com
Fonte – Revista movimentto
1 Comentário
Roseana
2 de Janeiro de 2014 às 09:27Peço a Deus todos os dias pelo sucesso de vocês. Beijos
Rogério Andrade
2 de Janeiro de 2014 às 09:36Parabéns Marinho, por esta boa notícia que coloca a nossa querida Bom Jardim no centro das atenções dos produtores agrícolas do Estado, mostrando competência e colaboração com o desenvolvimento de Pernambuco a par das novas técnicas de produção. Quem sabe Bom Jardim, no decorrer do tempo, se transforme num importante polo de produção de frutas, a exemplo do Vale de São Francisco?
O mano Marcos, vai bem? Certamente que deve estar voltado exclusivamente à Medicina, né.
Abraços a todos da família e um grande 2014.
Rogério Andrade
email: juneran@hotmail.com
Recife-PE.
Reci